O movimento estudantil chileno fixou hoje o cronograma de mobilizações por uma educação pública e de qualidade, e anunciou para a quinta-feira próxima uma greve nacional.
Estudantes chilenos dispostos a dialogar com Congresso
A presidenta da Federação de Estudantes do Chile (FECH), Camila Vallejo, detalhou que este fim de semana os jovens junto a seus familiares se reunirão para continuar exigindo uma reestruturação profunda do sistema educativo do país.
Para a próxima terça-feira, acrescentou, realizarão uma jornada de mobilização, e nos dias 24 e 25 marcharão para o Parlamento junto à Central Unitária de Trabalhadores.
Alunos da carreira de Engenharia Comercial da Universidade Católica trabalharão amanhã na reconstrução para ajudar a consertar os danos ocasionados por encapuzados nas últimas marchas.
"Lamentamos muitíssimo que agentes externos ao movimento estudantil tenham causado destroços nas ruas e por isso mesmo decidimos assumir a respeito", indicou Germán Reyes, presidente do centro de alunos.
Enquanto isso, até as primeiras horas de hoje, os estudantes secundários e universitários, junto aos professores, protagonizaram uma vigília em frente ao Palácio de la Moneda, em uma mostra ininterrupta de atividades com as quais o movimento estudantil reclama seus direitos.
Em outros pontos desta capital e outras cidades do país escutaram-se panelaços em apoio aos jovens.
Há quase três meses, os estudantes desta nação sul-americana exigem que o Estado assuma os custos da educação pública. Também demandam o fim do lucro no setor, menores custos de transporte, a redução das desigualdades nos institutos públicos e o corte das avolumadas dívidas com as quais ficam os universitários ao terminarem a graduação.
As ações estudantis, somadas a outros conflitos do país, como o do povo mapuche, as greves de mineiros, de ambientalistas e os protestos dos prejudicados pelo terremoto e maremoto de 2010 põem em xeque o governo de Sebastián Piñera.
Uma recente investigação do Centro de Estudos Públicos, cujo resultado foi qualificado de lapidário para a atual administração do Chile, revelou que Piñera é o presidente pior avaliado nos últimos 20 anos com apenas 26 por cento de aprovação. Inclusive, abaixo dos 28 por cento de Eduardo Frei em 1999, após a crise asiática.
Fonte: Agência Prensa Latina
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