sábado, 20 de agosto de 2011

AVALIAÇÃO DO I ENCONTRO DOS ESTUDANTES BOLSISTAS DO PROUNI


Na quinta-feira (11/08) o Diretório Central dos Estudantes da Universidade de Passo Fundo promoveu o I Encontro dos Estudantes do Prouni que, juntamente com jogos e festas, estava englobado na sua programação de “Volta às aulas”.
Pela manhã, a professora do curso de Psicologia da UPF, Maria Aparecida Tagliari Estacia, apresentou parte de sua tese desenvolvida em seu doutorado, intitulada “Alunos ProUni UPF: trajetórias, perspectivas/sentimentos e aproveitamento acadêmico”. A pesquisa traçou o perfil do primeiro grupo de alunos beneficiados pelo programa que se formaram na UPF, através de um recorte amostral. Além disso, as divisões de pesquisa e extensão da instituição expuseram com é possível participar de pesquisa e extensão durante a graduação.
Apesar da limitação do referido estudo, que foi centrado apenas nas características inerentes aos universitários selecionados e não buscou problematizar o perfil dos mesmos diante das contradições da sociedade como um todo, representa um exemplo de pesquisa que pode ao menos motivar um aprofundamento da questão. Infelizmente, o horário escolhido para tal espaço foi prejudicial, pois a participação dos bolsistas nesse horário foi aquém do que poderia ter sido.
Na noite do mesmo dia, a “conversa descontraída com integrantes da União Nacional dos Estudantes” que estava prevista não ocorreu por motivo desconhecido. Ao invés disso, seguiu-se com uma exposição sobre a atual legislação do Prouni e o esclarecimento de dúvidas dos estudantes com Clodoaldo Neckel, Coordenador Local do Prouni. Por fim, o Secretário de Desporto e Cultura, Alex Necker (PCdoB), foi chamado pelo DCE para fazer uma fala a respeito.
Um encontro de estudantes pressupõe debates, não vimos nada disso, mas sim palestras sobre assuntos específicos do Prouni bem divulgados pela propaganda estatal. Nem mesmo o objetivo proposto de “integrar os estudantes do Prouni” podemos dizer que foi alcançado, visto que houve menos de 100 participantes num total de mais de 4 mil bolsistas na UPF.
A ausência da UNE, que a nível federal estimula esse tipo de encontro que apenas “integra”, mas não problematiza o Prouni com as demais políticas educacionais do governo, foi outra questão estranha, porque nem mesmo foi explicada a falta dos que poderiam expor um posicionamento da entidade.
Os questionamos do Coletivo Nada Será Como Antes foram na perspectiva de demonstrar que o Prouni não contempla a reivindicação histórica do Movimento Estudantil brasileiro, por Universidade Pública, Gratuita, Laica e de qualidade para todos. Observamos que o Prouni está inserido na Contra Reforma Universitária associado a outras medidas que avançam para a mercantilização da educação e não para a sua democratização com qualidade, basta destacarmos que nas políticas do governo federal na área: não há reserva de vagas nas IES públicas para estudantes de escolas públicas; não há um programa de expansão do ensino superior com qualidade através da criação de novas IES públicas; os bolsistas do Prouni carecem de políticas de permanência estudantil, como Restaurante Universitário a preços populares e Moradias Estudantis.

Um comentário:

  1. A direção da União Nacional dos Estudantes não esteve presente no I Encontro de Estudantes do ProUni da UPF, porque estava colaborando com a organização do 16º Congresso Latino Americano e Caribenho de Estudantes. O CLAE, organizado pela Organização Latino Americana e Caribenha dos Estudantes, ocorreu entre 10 e 14 de agosto, em Montevideo no Uruguai.

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