O Coletivo Nada Será Como Antes esteve no último sábado (31/03) no Fórum pela Gestão Democrática das IES Comunitárias realizado na sede do SINPRO em Porto Alegre/RS. A política das IES para o reajuste das mensalidades e salários, qualidade de ensino e condições de trabalho, políticas de permanência dos estudantes do ProUni nas Instituições Privadas de Ensino Superior (IPES) comunitárias, entre outros.
Após a participação do supervisor técnico do Dieese, Ricardo Franzoi, que apresentou uma análise de conjuntura da economia brasileira bem superficial, foi concedida a palavra para os estudantes, funcionários e professores de todo o estado presentes.
UPF: MAIOR AUMENTO DE MENSALIDADE DO RS
O representante do SINTEE, Rovane Rheinheimer Napp, descreveu as dificuldades do sindicato em negociar um aumento real para os funcionários da UPF. Ao invés disso, a instituição tenta alterar direitos adquiridos, dentre eles: os adicionais por tempo de serviço, o desconto nas mensalidades, o aviso prévio de 60 dias e o plano de saúde. Além disso, o funcionário ponderou que o aumento das mensalidades da UPF (de 11,3%) foi o maior de todo o estado e defendeu a paridade entre estudantes, funcionários e professores.
O Coletivo Nada Será Como Antes realizou duas intervenções no Fórum, resumimos abaixo os principais pontos:
- Denunciamos o aumento abusivo das mensalidades da UPF, sem transparência financeira das contas da instituição.
- Citamos o cancelamento de convênios que permitiam desconto nas mensalidades e a denúncia que fizemos da medida unilateral da FUPF no meio das férias de verão.
- As políticas de assistência estudantil nas IPES precisam estar voltadas a todos os estudantes.
- Defendemos que a gestão democrática nas IPES Comunitárias somente será viável desde que: haja paridade entre estudantes, funcionários e professores em todas as instâncias deliberativas dos cursos, das unidades, da UPF e da FUPF; voto universal e paritário nas eleições de dirigentes da instituição (Coordenação de Curso, Direção de Unidade e Reitoria) e; transparência financeira com responsabilização de gestores que lesarem o patrimônio da IPES.
A atividade contou com a participação de representantes sindicais de funcionários e professores da maioria das IPES Comunitárias, e também, de integrantes do movimento estudantil. Observamos também, a presença da União Estadual dos Estudantes Livre (UEE-Livre), entidade fundada a pouco tempo, que negou-se a ser controlada pelos estudantes e segue a mesma política da direção da União Nacional dos Estudantes (UNE), cuja característica mais evidente é sempre a fraude na eleição de delegados do seu congresso.
O Fórum deve encaminhar documento para as IPES com as discussões realizadas. O ponto negativo foi a postura falsamente democrática da coordenação da mesa, que evitou discutir os princípios que regem a movimentação por haver divergências entre os presentes. A representante da UNE na mesa, em nenhum momento questionou a postura adotada pelo coordenador.