As mobilizações que começaram na quarta-feira passada na PUCRS estão ganhando cada vez mais apoiadores. Foi o que ficou claro nesta quinta-feira (16/06) na Manifestação Junina realizada contra o DCE que contou com aproximadamente 1.000 alunos. De forma muito criativa fizeram a “Separação na Roça” representando a separação entre a Reitoria e o DCE. Também ocuparam a Avenida Ipiranga e, ao contrário do que a grande mídia adora dizer, o que causaram não foi transtorno, mas a massificação de uma luta histórica por democracia na PUCRS. O ato encerrou com a convocação dos presentes para uma reunião que ocorreu hoje.
Esta reunião foi uma tentativa de mediar o impasse que está colocado na PUCRS entre os estudantes e o DCE. Estavam presentes a Reitoria da Universidade, representantes do movimento 89 de junho, representantes do DCE, além de vários parlamentares. A reunião foi muito tensa, conforme informes freqüentes dos vereadores Todeschini e Fernanda Melchionna. O presidente do DCE, Thiago Brozoza atacou todos os presentes e de forma intransigente não abria mão das eleições serem somente em abril de 2012. O movimento defendeu que fosse em setembro e a Reitoria apresentou, como forma de mediar, a proposta da primeira quinzena do mês de novembro. A data foi aceita pelo movimento e o representante do DCE perdeu a compostura e passou a agredir de forma ainda mais truculenta os defensores da proposta. As duas propostas de datas serão levadas para que o Conselho Universitário, instância máxima de decisão da Universidade, decida.
O movimento promete muita articulação para o dia da votação.
Alguns outros pontos de avanços além da data da eleição para o Diretório Central dos Estudantes da PUCRS:
Que elas sejam diretas, por meio de urnas eletrônicas e fiscalizadas pela OAB e pelo Ministério Público Estadual;
A retirada dos processos administrativos movidos contra estudantes integrantes do Movimento 89 de junho.
A liberação das imagens das câmeras de segurança para que seja investigada a agressão por integrantes do DCE a três meninas do Movimento.
O Movimento 89 de Junho é herdeiro uma luta histórica que ocorre há anos por democratização dos espaços estudantis na PUCRS, pelo fim das fraudes nas eleições do Diretório Central de Estudantes e também dos centros acadêmicos, pelo fim das agressões e coações que a oposição sofre. Mazelas de mais de 20 anos que parecem estar chegando ao fim.
Devido ao grau de responsabilidade e de adesão ao movimento, os estudantes seguirão mobilizados com uma agenda extensa de atividades. Estarão neste sábado (19/06) no Vestibular de Inverno da Universidade conversando com os vestibulandos sobre a situação do Movimento Estudantil e a importância da participação dos novos colegas nesta batalha. Provavelmente também participarão da Marcha da Liberdade, que ocorrerá em mais de 30 cidades do Brasil. Aqui em Porto Alegre será no Monumento do Expedicionário na Redenção, às 15h, pedindo Liberdade de organização e representação estudantil na PUCRS.
Estas iniciativas são fundamentais para avançar ainda mais nas pautas reivindicativas, como a saída imediata da atual gestão do DCE, a expulsão dos agressores e a auditoria das contas do DCE.
“Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado...”.